Antes só...agora, comigo.

05 de Janeiro do ano de 2024...

venho aqui escrever sobre o ano que passou e que praticamente foi um ano inteiro vivido dentro de casa, sem vontade de interação social, de ver pessoas, de sorrir pra alguém, de responder aos que perguntavam se estava bem e me ver na obrigação de saber de suas vidas também. Não, eu não estava afim de saber do outro, não estava interessada em ouvir sobre seus projetos, suas expectativas, sobre o quanto acharam do ano que tá no seu fim, sobre o que esperam do próximo, sobre seus objetivos, se vão começar uma dieta ou se vão trocar de emprego. Esse ano acabou e eu decidi que de agora em diante quero saber de mim, afinal, ninguém quis saber sobre isso nos últimos meses. Nem eu quis. Mas agora quero, quero muito, quero tanto, que não vai sobrar espaço pra saber o que o outro quer, o que o outro espera.

É egoísmo? Eu já chamo de paz de espírito. É libertador quando você descobre que você não precisa se esforçar pra caber no mundo de alguém e que se isso é necessário, não é ali o seu lugar. Então você vai embora sem preocupação, vai vivendo sem expectativas sobre o outro, vai aprendendo a apreciar a própria companhia e gostar disso.

É prazeroso demais não se importar, pois os problemas vão diminuindo, as brigas se tornam insignificantes, dizer "ah tá" pra tudo se torna sua frase preferida, as rugas dão uma trégua e você vive de maneira que se algo necessita tirar sua paz para ser percebido por você, já é algo que não vale muito a pena.

Aprender a ficar sozinha, a ser sozinha, a me divertir sozinha, a sair sozinha, ir ao cinema, num bar, no teatro, só me mostrou que minha companhia é legal pra caramba e que o outro apenas é um complemento para isso, não o principal.
Vai, abrace a chance de se conhecer, de crescer, tenha esse autocuidado e seja sempre sua melhor companhia.