A mente fica: "ué, pq você tá chorando assim?" "Onde foi parar seu ar?" Dificilmente eu vou pegar o telefone e ligar para pedir ajuda. Ser peso para alguém? É a última coisa que queremos.
Deitar para relaxar, ficar parado, não rola. Só de pensar na hipótese de algo que nem vai acontecer, acontecer já vira um turbilhão de pensamentos e você fica frenético.
E o nó na garganta parece que aperta de um jeito, é como alguém te enforcando, dói.
Tem solução pra isso? Vai parar? Vai acabar? Meu Deus, que agonia, que incômodo é sentir-se assim.
A resposta é NÃO, não tem uma cura imediata, não vai cessar da noite pro dia.
Para amenizar você bebe àgua, ouve sua música preferida, ou só ouve música. Encontra uma atividade que vá distrair, vai se exercitar, baixa um jogo no celular, manda uma mensagem para aquele amigo de confiança, você só quer desabafar, colocar tudo pra fora, seu amigo te escutou, ufa, parte de um peso é eliminado. Bom seria se fosse uma forma de acabar com tudo isso, mas é aquela válvula de escape, cada um encontra alento na sua. Uma conversa aleatória, uma boa leitura, um filme, uma série, o importante é ocupar a mente com algo prazeroso.
Pronto, mais uma caixa de chocolate foi devorada. Me sinto melhor.
Falei do que eu tô sentindo? Claro que não. Quem tá afim de ouvir você contar sobre problemas? Até parece.
Não é frescura. Não é show.
Tem gente do seu lado pedindo socorro em silêncio, mas por dentro grita alto. A voz não sai. Ou nós que decidimos tapar os ouvidos? O vazio ocupa um espaço imenso.
Mais que um ombro amigo, ofereça ouvidos sensíveis, colo aconchegante, um café, um chá, sua companhia e a certeza de que tudo ou quase tudo vai ficar bem.